Uma verdade
plenamente ensinada nas Escrituras e verificada na experiência por incontável
número de santos homens e mulheres através dos séculos poder-se-ia condensar
assim num axioma religioso: Ninguém
que primeiro não tenha conhecido o temor de
Deus pode conhecer A verdadeira graça de Deus. O primeiro anúncio da intenção redentora de Deus
para com a humanidade foi feito a um homem e uma mulher escondidos com medo
mortal da presença do Senhor. A Lei de
Deus foi dada a um homem que tremia de terror em meio a fogo e fumaça e que estremecia à voz do
trovão e ao som da trombeta divina. Quando a língua de Zacarias foi Solta pela
misteriosa operação de Deus, ``todos os seus vizinhos ficaram possuídos de
temor´´. Mesmo a famosa proclamação ``paz na
terra , boa vontade para com os homens´´ (Almeida Revista e
Corrigida) , foi dada a pastores `` tomados de grande temor
´´em razão da
repentina e dominadora presença das hostes celestiais. Temos apenas que ler as
Escrituras com os olhos abertos para podermos ver esta verdade seguindo como um
forte cabo do Gênesis ao Apocalipse. A
presença do divino sempre trouxe medo aos corações dos pecadores. Sempre havia
em torno de qualquer manifestação de Deus alguma coisa que atemorizava os
expectadores, que os intimidava e apavorava, que os
atingia com um terror fora do natural.
Esse terror não tinha relação com o mero temor de
dano físico era uma terrível consternação experimentada fundo, na direção do
centro e do cerne da natureza, muito mais fundo que o temor experimentado como
resultado normal do instinto,
de
autoconservação física. Não creio
que algum bem duradouro possa advir de atividades religiosas que não estejam arraigadas nesta
qualidade de temor típico da criatura. O animal em nós é muito
forte e por demais confiante .
Enquanto não for derrotado, Deus não se mostrará aos olhos da nossa fé.
Enquanto não formos agarrados por aquele estranho terror que vem quando uma
criatura ímpia é de repente confrontada por Aquele que é o mais santo de todos
, não é provável que sejamos muito afetados pela doutrina do amor e graça como
o declara o evangelho do Novo Testamento. O amor
de Deus não influi num coração carnal, absolutamente; ou, se o faz, é de modo
adverso, pois o conhecimento de que Deus nos ama pode simplesmente confirmar-nos
em nossa justiça própria. O esforço
dos modernistas liberais os do meio termo em cortejar os homens para
ganhá-los para Deus apresentando-lhes o lado suave da religião, é um mal
inqualificável, porque ignora razão mesma da nossa alienação de Deus, em primeiro
lugar. Enquanto um homem não entra em dificuldade com o seu coração, não tem
probabilidade de livrar-se da dificuldade de Deus. Caim e Abel são dois
exemplos dessa verdade . Caim
levou um presente Àquele que ele presumia agradar-se dele. Abel levou um
sacrifício Àquele que ele sabia que não
podia aceitá-lo como ele era. Seu
coração trêmulo dizia-lhe que buscasse um lugar onde esconder-se. O coração de Caim não tremeu. Caim estava muito satisfeito consigo
mesmo, de modo que não procurou esconderijo. O temor de Deus poderia ter prestado bom serviço
a Caim naquele momento crítico, pois teria mudado todo o caráter da sua oferta
e teria alterado para melhor todo o curso da sua vida , Indispensável como é o
terror do Senhor, sempre temos de ter em mente que ele não pode ser induzido
por ameaças feitas em nome do Senhor. O inferno
e o juízo são realidades, e têm que ser pregados em seu contexto bíblico
tãocompletamente como a Bíblia os ensina, nem mais nem menos; mas eles não podem induzir
aquela coisa misteriosa a que chamamos temor do Senhor. Esse temor é algo sobrenatural, não tendo relação nenhuma com ameaças de
castigo. Cerca-o uma qualidade misteriosa, frequentemente sem muito conteúdo
intelectual; mais que uma idéia, é um sentimento; é a profunda reação de uma
criatura decaída na presença do Ser santo que o aturdido
coração sabe que é Deus. Somente o
Espírito Santo pode induzir esta emoção no peito humano. Todo esforço da nossa
parte para incuti-lo é vão , ou pior. Porque o temor de Deus é uma coisa sobrenatural,
jamais poderá ser produzido por repetidas advertências acerca da guerra ou
do comunismo ou das depressões. O truque hoje corrente de assustar as pessoas
para que aceitem a Cristo ameaçando-as com bombas atômicas e mísseis
teleguiados, não é bíblico, e tampouco é eficiente. Pode-se conceber que
atirando bombinhas na frente de um bando de cabras, você consegue juntá-las num
redil de ovelhas; mas nem todo o temor natural do mundo pode fazer de uma cabra
uma ovelha. Tampouco o medo de uma invasão russa pode tornar homens
impenitentes em amigos de Deus e da justiça. Não funciona desse jeito. Donde surge então o verdadeiro temor de Deus? Do conhecimento da nossa
pecaminosidade e do senso da presença de Deus. Isaías tinha aguda experiência da sua impureza
pessoal e também da temível presença de Jeová; as duas eram mais do que ele
podia suportar. Humildemente bradou uma confissão da sua pecaminosidade,
tornada tanto mais intolerável porque os seus olhos tinham visto o Rei, o
Senhor dos Exércitos!
Os membros de uma igreja sentirão este
misterioso terror de Deus quando o ministro ou os líderes da igreja estiverem
cheios do Espírito Santo. Quando
Moisés desceu do monte com o rosto brilhando, os filhos de Israel tiveram medo,
com um temor nascido da visão sobrenatural. Moisés não precisou ameaçá-los. Só teve que aparecer diante deles com
aquela luz no rosto.
Bibliografia
A Raiz Dos
Justos – Pag. 26-28
1ª Edição
Brasileira
Editora
Mundo Cristão
Com Amor Em
Cristo, Nosso Senhor
Veredarius
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