terça-feira, 4 de março de 2014

O Terror Do Senhor

Uma verdade plenamente ensinada nas Escrituras e verificada na experiência por incontável número de santos homens e mulheres através dos séculos poder-se-ia condensar assim num axioma religioso: Ninguém que primeiro não tenha conhecido o temor de Deus pode conhecer A verdadeira graça de Deus. O primeiro anúncio da intenção redentora de Deus para com a humanidade foi feito a um homem e uma mulher escondidos com medo mortal da presença do Senhor. A Lei de Deus foi dada a um homem que tremia de terror em meio a fogo e fumaça e que estremecia à voz do trovão e ao som da trombeta divina. Quando a língua de Zacarias foi Solta pela misteriosa operação de Deus, ``todos os seus vizinhos ficaram possuídos de temor´´. Mesmo a famosa proclamação ``paz na terra , boa vontade para com os homens´´   (Almeida Revista e Corrigida) , foi dada a pastores `` tomados de grande temor ´´em razão da repentina e dominadora presença das hostes celestiais. Temos apenas que ler as Escrituras com os olhos abertos para podermos ver esta verdade seguindo como um forte cabo do Gênesis ao Apocalipse. A presença do divino sempre trouxe medo aos corações dos pecadoresSempre havia em torno de qualquer manifestação de Deus alguma coisa que atemorizava os expectadores, que os intimidava e apavoravaque os atingia com um terror fora do natural.
Esse terror não tinha relação com o mero temor de dano físico era uma terrível consternação experimentada fundo, na direção do centro e do cerne da natureza, muito mais fundo que o temor experimentado como resultado normal do instinto,

de autoconservação física. Não creio que algum bem duradouro possa advir de atividades religiosas que não estejam arraigadas nesta qualidade de temor típico da criatura. O animal em nós é muito forte e por demais confiante . Enquanto não for derrotado, Deus não se mostrará aos olhos da nossa fé. Enquanto não formos agarrados por aquele estranho terror que vem quando uma criatura ímpia é de repente confrontada por Aquele que é o mais santo de todos , não é provável que sejamos muito afetados pela doutrina do amor e graça como o declara o evangelho do Novo Testamento. O amor de Deus não influi num coração carnal, absolutamente; ou, se o faz, é de modo adverso, pois o conhecimento de que Deus nos ama pode simplesmente confirmar-nos em nossa justiça própria. O esforço dos modernistas liberais  os do meio termo em cortejar os homens para ganhá-los para Deus apresentando-lhes o lado suave da religião, é um mal inqualificável, porque ignora razão mesma da nossa alienação de Deus, em primeiro lugar. Enquanto um homem não entra em dificuldade com o seu coração, não tem probabilidade de livrar-se da dificuldade de Deus. Caim e Abel são dois exemplos dessa verdade  . Caim levou um presente Àquele que ele presumia agradar-se dele. Abel levou um sacrifício  Àquele que ele sabia que não podia aceitá-lo como ele era. Seu coração trêmulo dizia-lhe que buscasse um lugar onde esconder-se. O coração de Caim não tremeu. Caim estava muito satisfeito consigo mesmo, de modo que não procurou esconderijo. O temor de Deus poderia ter prestado bom serviço a Caim naquele momento crítico, pois teria mudado todo o caráter da sua oferta e teria alterado para melhor todo o curso da sua vida , Indispensável como é o terror do Senhor, sempre temos de ter em mente que ele não pode ser induzido por ameaças feitas em nome do Senhor. O inferno e o juízo são realidades, e têm que ser pregados em seu contexto bíblico tãocompletamente como a Bíblia os ensina, nem mais nem menos; mas eles não podem induzir aquela coisa misteriosa a que chamamos temor do Senhor. Esse temor é algo sobrenatural, não tendo relação nenhuma com ameaças de castigo. Cerca-o uma qualidade misteriosa, frequentemente sem muito conteúdo intelectual; mais que uma idéia, é um sentimento; é a profunda reação de uma criatura decaída na presença do Ser santo que o aturdido coração sabe que é Deus. Somente o Espírito Santo pode induzir esta emoção no peito humano. Todo esforço da nossa parte para incuti-lo é vão , ou pior. Porque o temor de Deus é uma coisa sobrenatural, jamais poderá ser produzido por repetidas advertências acerca da guerra ou do comunismo ou das depressões. O truque hoje corrente de assustar as pessoas para que aceitem a Cristo ameaçando-as com bombas atômicas e mísseis teleguiados, não é bíblico, e tampouco é eficiente. Pode-se conceber que atirando bombinhas na frente de um bando de cabras, você consegue juntá-las num redil de ovelhas; mas nem todo o temor natural do mundo pode fazer de uma cabra uma ovelha. Tampouco o medo de uma invasão russa pode tornar homens impenitentes em amigos de Deus e da justiça. Não funciona desse jeito. Donde surge então o verdadeiro temor de Deus? Do conhecimento da nossa pecaminosidade e do senso da presença de Deus. Isaías tinha aguda experiência da sua impureza pessoal e também da temível presença de Jeová; as duas eram mais do que ele podia suportar. Humildemente bradou uma confissão da sua pecaminosidade, tornada tanto mais intolerável porque os seus olhos tinham visto o Rei, o Senhor dos Exércitos!

Os membros de uma igreja sentirão este misterioso terror de Deus quando o ministro ou os líderes da igreja estiverem cheios do Espírito Santo. Quando Moisés desceu do monte com o rosto brilhando, os filhos de Israel tiveram medo, com  um temor nascido da visão sobrenatural. Moisés não precisou ameaçá-los. Só teve que aparecer diante deles com aquela luz  no rosto.

Bibliografia

A Raiz Dos Justos – Pag. 26-28

1ª Edição Brasileira

Editora Mundo Cristão

Com Amor Em Cristo, Nosso Senhor



Veredarius

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