segunda-feira, 4 de julho de 2016

Uma Realidade Non-Sense

Uma Realidade Non-Sense




Nesse terceiro trimestre de 2016, as lições da Escola Dominical das Assembléias de Deus (Belém), tratam do assunto da evangelização. Então é a hora em que todos os líderes assembleianos virão a público com o mesmo discurso: “Estou muito preocupado com a evangelização, pois a igreja está quase parada”, ou então, “Esse assunto é muito importante pois nos faz ver a necessidade de se evangelizar o mundo”. Estes são em poucas palavras o que se ouvirá nos próximos três meses, pois a igreja tornou-se teórica e não praticante da evangelização.

 Em tempos passados a velha geração de pastores(e digo pastores , pois “Dirigentes de igreja” como se usa hoje é um termo inadequado e sem sentido), tinham uma visão evangelística e também prática. Embora a maior parte dos
mesmos não tivessem carro e fossem limitados nos seus conhecimentos, tinham no entanto: Fé e muita disposição no seu ministério. Meu pai mesmo que foi pastor por quase trinta anos, era de uma seriedade total e de muita persistência na sua atuação, diferentemente de hoje que está cheio de especialistas, em evangelização, dando cursos, palestras, simpósios etc. e tal, mas que nunca, talvez, distribuíram um folheto ou evangelizaram alguém ou mesmo que participaram de um culto ao ar livre, que tem apenas um conhecimento teórico mas lhes falta a coragem ou o ânimo para sair ao campo em busca das almas.


 Na maior parte das igrejas os chamados “Dirigentes” só aparecem à noite para dirigir o culto, como se diz, e nem nas Escolas Dominicais sequer aparecem. Eu mesmo conheço uma congregação do Belém que o “Dirigente” quase todos os domingos ia passear com a família, geralmente na praia, e só aparecia para “dirigir o culto”, à noite e ainda assim atrasado, os presbíteros da sua congregação todos jovens, tinham medo de começar o culto; pois o mesmo ainda que errado, era intratável e agressivo. Se algum deles começasse o culto ainda que no intuito de ajudá-lo incorreria na ira desse “Dirigente Relaxado”. Por isso mesmo ficava toda a congregação esperando este "Dirigente Relapso" aparecer para então começar o culto; todos com medo do “Dirigente Ferrabrás”, que não se importava nem um pouquinho que seja, com a qualidade do que fazia ao Senhor. Porém o mesmo quando aparecia ou aparece na sede setorial gozava e goza de grande prestígio com o pastor setorial, que é totalmente desinformado das qualidades do seu “Dirigente”, pois o mesmo é uma pessoa de sucesso na sua vida social.

 Esse tipo de comportamento no meio das lideranças , não é de todos, mas há muita fruta estragada nesse meio. E como os pastores setoriais estão descuidados e não acompanham o trabalho desses “Dirigentes”, mais de perto e confiam cegamente nos mesmos, o resultado para a igreja é arrasador. As reclamações entre os membros das igrejas se avolumam mas não são ouvidos e os mesmos perderam a confiança nas lideranças; eu mesmo conheço muitos crentes que me dizem abertamente que já não dão mais o dízimo na congregação que estão por causa dessas coisas, não saem de lá por causa da dificuldade de se deslocar para outras regiões, mas dão o dízimo em outras igrejas, acreditem se quiser mas esta é a realidade. Isto está acontecendo mas os líderes, olhando apenas para os seus próprios umbigos, preferem ignorar os fatos, atacando aqueles que o denunciam, e não percebem o desastre.
 Antigamente os pastores só andavam a pé, então entravam em qualquer lugar para evangelizar, abriam pontos de pregação e lutavam durante muito tempo para que os mesmos se tornassem uma igreja. Era necessário muito investimento de tempo, trabalho e até dinheiro do próprio bolso, e muitas igrejas que hoje estão aí, iniciou-se desse jeito. Mas hoje as igrejas que não dão “Resultados”, digo: retorno financeiro, são fechadas, pois a mentalidade é empresarial, ou seja, deve dar lucro. A importância ou a filosofia de que: "Uma alma vale mais do que o mundo inteiro", perdeu a sua validade. Hoje o que importa mesmo é o “resultado”.

 Quando Deus me deu um sonho tremendo em janeiro de 2016, eu fui conscientizado da necessidade da evangelização urgentíssima, exigida por Deus, é aí que eu acordei, e que eu comecei a distribuir folhetos e evangelizar pessoalmente, pois me foi mostrado o quanto Deus está desgostoso com a igreja do século 21, acomodada nas suas fantasias de que estão fazendo a vontade de Deus, mas com essa incapacidade de  testemunhar para um mundo que está perdido, da grande salvação que há em Cristo Jesus. Parece que o máximo que ambicionam é de conseguir um título pomposo e assentar-se em um lugar de destaque na congregação e ter a oportunidade de perorar eloquentemente, para os demais, posando de pregador e ensinador sem pregar nem ensinar nada que realmente tenha conteúdo.

 Assim que eu comecei a andar e distribuir folhetos em periferias e favelas, é que pude constatar que a igreja Assembléia de Deus não está mais presente na maioria desses lugares, mas sim uma profusão de igrejas pentecostais dos mais variados nomes possíveis que se arriscam nesses lugares cheios de pobreza, miséria ,vícios e violência e que não dão “Resultados”, por isso os “Dirigentes assembleianos" (Eu sei que há uma minoria, já bem idosos que fazem isso, mas são uma minoria), não se arriscam, ficando nos lugares mais civilizados. Andando por esta cidade não encontramos vestígios evangelizadores das Assembléias de Deus, pois os seus líderes e povo,  estão fechados em segurança e muito confortáveis, entre as quatro paredes dos seus suntuosos templos. E estão alí dentro dos seus templos pregando uns para os outros, sem se importar com a Seara que é tão grande aí fora.

 Vez por outra, para marcar presença, os seus pastores fazem uma programação especial de evangelização e mandam os jovens com grande alarde ou uma comissão para evangelizar as ruas, mas os “mesmos” ficam apenas nos palavrórios elogiosos e gerais, mas sem assumir o comando de fato nas ações, pois não estão na frente do povo de fato. Então esta cidade que era pra ser um formigueiro efervecente de pessoas evangelizando nos sábados, domingos e durante a semana, está silenciosa e deserta. Porém não está totalmente silenciosa e deserta pois os testemunhas de Jeová a percorrem de segunda a segunda, e também alguns servos de Deus anônimos e voluntários que a despeito de uma liderança alienada fazem este trabalho guiados por uma visão real de Deus, mas solitária. São estes Free-lancer do evangelho, que sem títulos pomposos partem para as ruas com o desejo de levar a mensagem da cruz para os perdidos.
 Até quando Deus irá permitir esse estado de coisas, onde pessoas que deveriam ser o exemplo no zelo e na ação evangelizadora, vivam se justificando com discursos ocos e sem substância, como se pudessem mudar a realidade dos fatos com palavras? Qual a forma para mudar isso se os mesmos não aceitam exortações, e do alto das suas cátedras não ouvem ninguém, principalmente se for do meio do povo que não fazem parte da hierarquia institucional; pois a sua humildade existe apenas nas suas palavras melífluas.

 Uma outra coisa muito grave é que muitos dos chamados “Dirigentes” modernos, que vieram do meio militar, então chegam na igreja com o seu comportamento condicionado pela disciplina militar e querem dirigir a igreja como se fosse um quartel, debaixo de uma hierarquia rígida e com uma total incapacidade de ouvir alguém que no seu entendimento militarizado, é de uma hierarquia inferior. Eu não sou contra os militares, mas em uma igreja evangélica, quando uma pessoa vem desses meios, para fins de apascentar pessoas, dever-se-ia fazer uma reavaliação total quanto a sua vocação, e uma orientação constante para que o espírito militar não venha interferir nas relações de interação com os membros das igrejas, pois isso tem causado muitos prejuízos nas mesmas.

 Por outro lado a igreja não pode ser apenas um apêndice no ministério do pastor, mas deve ser a sua atividade principal. Mas não é isso que estamos vendo hoje onde aqueles chamados pastores não apascentam mais o rebanho de Deus, ou seja, não visitam, não orientam, não acompanham o desenvolvimento dos membros, não conhecem os seus congregados e muito menos os seus familiares, não estão na frente do povo nas orações, evangelismo, culto nas casas e escolas dominicais, etc. , e a única coisa que fazem é dirigir os cultos e ainda assim muito mal, pois não conseguem administrar o tempo de culto corretamente e nem o conteúdo dos mesmos. Haja visto nos cultos públicos não pregam o evangelho, e nos cultos de Ceia sequer mencionam o sacrifício expiatório de Jesus e as vezes sequer mencionam o nome glorioso do Mestre, onde pregam sobre tudo, menos sobre Jesus, e o Seu sacrifício expiatório, além disso fazem tantas coisas que só reservam poucos minutos para o principal, que é o ato litúrgico da Ceia, o qual fazem apressadamente sem nenhuma solenidade desmerecendo tão gloriosa liturgia. É muito grave o que vemos hoje nesse sentido.

 Líderes que pela idade e experiência deveriam ser referência nessas coisas para os mais novos, são questionados nas suas práticas, pela forma errada e descuidada como procedem, é uma verdadeira tristeza, e quanto mais se fala sobre isso, mais piores e descuidados parecem ficar, pois não reavaliam o que estão fazendo, e como estão fazendo. É como disse o Senhor Jesus Cristo: “Ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho, porque semelhante remendo rompe o vestido, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; alías rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deitam-se vinho novo em odres novos , e assim ambos se conservam.” (Mateus 9: 16-17), de formas que quando as coisas chegam a este ponto é necessário “odres novos”, ou seja, que Deus levante novos ministérios que estejam dispostos a fazer as coisas corretamente, pois para que hajam mudanças é preciso renúncia e mudanças de direção que implicam em desconforto e prejuízos pessoais; tais lideranças não aceitam. Por isso torno a repetir, que são necessárias mudanças revolucionárias na igreja moderna, para que se torne uma instituição saudável, e digo isso porque é na instituição que está o problema, e eu tenho certeza que estas mudanças ocorrerão, ainda que tais lideranças não as desejem, pois a Obra de Deus não pode parar. Se os "mesmos" não despertarem do sono, elas virão em breves dias de uma forma ou de outra.

 Então ao encerrar esta mensagem eu faço um apelo a todos que ainda ouvem a voz de Deus, não esperem mais nada, nem ninguém ,mas ponham as mãos na Obra da Evangelização, não esperem cargos nem programas ou coisas, que tais, comprem folhetos, orem e saiam para os campos pois estão brancos para a ceifa, o tempo já esta se findando avancem pela Seara sem perca de tempo. Eu já estou no campo e juntos poderemos fazer uma grande Obra para Deus, se saíres provavelmente nos encontraremos pela Seara do Mestre, amém.




Atenciosamente em Cristo:      Veredarius

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