quinta-feira, 26 de março de 2015

Dízimo? O Que é Isso Mesmo? ( Texto )



O primeiro lugar na Bíblia em que vemos o fato do dízimo, é no livro de Gênesis , capítulo 14 e versículo 20, onde Abraão, após voltar de uma guerra contra quatro reis, sobre os quais teve uma grande vitória, veio ao encontro de Melquisedeque que era rei e sacerdote do Deus Altíssimo, em Salém; o qual recebeu Abraão com pão e vinho, e o abençoou. Então Abraão deu-lhe o dízimo de “tudo”  o que tinha conquistado na batalha.  “ Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.” (Hebreus 7:4) . Naquela época o despojo de guerra era um direito do vencedor, e esse direito foi incorporado  pela Lei:  “Falou mais o Senhor a Moisés dizendo: Faze a soma da presa que foi tomada, de homens e de animais, tu e Eleazar , o sacerdote, e os cabeças das casas dos pais da congregação, e divide a presa em duas metades, entre os que se armaram para a peleja, e saíram à guerra, e toda a congregação. Então para o Senhor tomarás o tributo dos homens de guerra, que saíram a esta peleja, de cada quinhentos uma alma, dos homens, e dos bois, e dos jumentos e das ovelhas. Da sua metade o tomareis, e o dareis ao sacerdote Eleazar, para a oferta alçada ao Senhor.”   ( Números 31: 25- 29), e também Josué   “E falou-lhes dizendo: Voltai-vos às vossas tendas com grandes riquezas, e com muitíssimo gado, com prata ,e com ouro, e com metal, e com ferro, e com muitíssimas roupas; e com vossos irmãos reparti o despojo dos vossos inimigos.”
 Então quando Abraão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque, foi de tudo mesmo, ou seja, todos  os despojos que havia conquistado; e com esse esclarecimento , nós eliminamos o argumento daqueles que dizem que Abraão deu o dízimo daquilo que não era dele, falando do seu ponto de vista
limitado e não conhecendo a revelação bíblica. Na verdade o que nós entendemos desse texto é que Abraão já tinha conhecimento dessa prática de dizimar que já existia antes que a Lei fosse promulgada 430 anos depois  “Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a Lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não invalida, de forma a abolir a promessa.”  (Gal. 3:17). Assim, que, quando a Lei foi estabelecida, o dízimo foi incorporado pela Lei, tornando-se a partir de então um princípio legal, conforme  (Lev. 27:30) “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores; são do Senhor; santas são ao Senhor.”  E também  “ Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. (Deut. 14:22).  Existem alguns argumentos de ensinadores que são contra o dízimo, que se utilizam da linguagem do Antigo Testamento, para dizerem que o dízimo naquele tempo era só de mantimentos, e que se hoje existisse seria também de mantimentos e não de dinheiro como se faz  atualmente, e até reforçando esse argumento; dizendo que o dinheiro já existia desde o tempo de Abraão e na Lei do dízimo se fala de mantimentos. Esse argumento é falacioso por dois motivos:

  1º) Na Lei mosaica quando havia a impossibilidade de se entregar os mantimentos devido a distância que o dizimista estava de Jerusalém onde o mesmo deveria ser entregue, o mesmo deveria ser vendido, e o dinheiro arrecadado deveria então ser entregue no lugar escolhido por Deus , que era o Templo.  “ Quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali por o Seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus.”  (Deut. 14: 24-25).

  2º) A sociedade israelita dessa época era uma sociedade agrária, que vivia do campo e não uma sociedade industrial como a nossa dos dias atuais, e ainda que existisse o dinheiro o mesmo não tinha a importância que tem nos dias de hoje, além disso o argumento que o dízimo era uma só vez por ano e não todos os meses como nos dias de hoje , também não procede, pois o dízimo de então só acontecia quando havia a colheita e também quando era feita a contagem dos rebanhos, enquanto nos dias atuais em uma sociedade industrial é feito quando as pessoas recebem, o que costuma acontecer todos os meses. Então esses argumentos são completamente sem fundamentos históricos ou bíblicos. 


Quando estudamos Deuteronômio 12, vemos que Deus ordenou ao Seu povo, que desse dez por cento da sua produção  (grãos, frutas, legumes, verduras e animais),  a Ele como forma de adoração por Suas bênçãos.  “Então haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o Seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e toda escolha dos vossos votos que fizerdes ao Senhor.”  (Deut. 12:11).  Todo ano cada família deveria ir ao santuário para dar o seu dízimo aos levitas, que, por sua vez, davam o dízimo dessas ofertas aos sacerdotes,  “Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse:  No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que Eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote.”  (Núm. 18: 26-28).  Isto aqui é a descrição do “dízimo dos dízimos”, então os levitas viveriam dos dízimos e das ofertas dos filhos de Israel , enquanto os sacerdotes viveriam dos dízimos dos dízimos. É justamente desse fato que está falando o escritor aos Hebreus em  (Heb. 7: 9), “E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.” , ele não está dando mandamentos para o dízimo, como querem nos dizer muitos pastores dos dias atuais, sem conseguirem entender o que significa o mesmo. Isso é uma demonstração da dificuldade dos mesmos em interpretação de texto.

Em se tratando de dar ao Senhor, algumas pessoas precisam ser lembradas disso mais de uma vez. O povo de Israel deveria ser generoso com seus filhos, cada vez que levassem os seus dízimos e contribuições para o santuário, e desfrutassem uma refeição em ação de graças; isso os ensinaria a temer ao Senhor.   “E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o Seu nome, comerás o dízimo do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias.”   (Deut. 14: 23).  Pois se não fosse pela benção do Senhor, não teriam o que comer e ofertar; como disse Davi:  “Senhor, nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos, para te edificar uma casa ao Teu santo nome, vem da Tua mão, e é toda Tua.”        (I Cron. 29: 16).  Quando deixamos de temer a Deus, e de apreciar a sua provisão abundante, tornamo-nos soberbos e arrogantes, e já não damos o devido valor as suas bênçãos achando que as mesmas são uma espécie de direito natural. Por outro lado quando somos conscientizados do nosso dever de ofertarmos ao Senhor, e correspondemos a essa conscientização, isso é um reconhecimento que tudo que temos nessa vida e nesse mundo só é possível, pela Sua imensa graça e misericórdia.

Então o que nós podemos entender de tudo isso, é que antes da Lei já havia a prática e o conhecimento do dízimo. No tempo de Abraão que é antes da Lei, era uma dispensação semelhante a nossa, porém não era igual, pois Cristo ainda não havia, vindo em carne e consequentemente não havia morrido e ressuscitado. Por isso quando fazemos uma comparação do nosso tempo com o tempo de Abraão,  precisamos levar em consideração essas diferenças. Pois os ensinadores atuais tem a tendência de dizer “O tempo de Abraão era a dispensação da fé, como a nossa hoje”, e falam isso para justificar o fato de o dízimo não ser oriundo da Lei, mas existia antes da mesma, dessa forma o dízimo hoje  é justificado com esse argumento. Essa forma de argumentação não é de todo errada, mas é necessário muito cuidado com isso, pois é um argumento subjetivo e se baseia apenas em uma analogia, sem uma fundamentação bíblica consistente e pode ser rejeitado por mentes mais inquisitivas. Agora passaremos a analisar como se é ensinada essa doutrina na maioria das igrejas.

Hoje principalmente nas igrejas pentecostais e neo-pentecostais, quando os seus pastores vão ensinar sobre o dízimo, correm rapidamente para Malaquias e leem com toda ênfase e grande confiança:  “Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis:  Em que havemos de tornar?  Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda a nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador e ele não destruirá os frutos da vossa terra, e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos exércitos. E todas as nações vos chamarão bem aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.”  (Mal. 3: 7-12).  Nós vemos que no versículo 7 , Deus tem uma queixa contra o povo de Israel: Pela ingratidão do povo, pelo formalismo dos sacerdotes, e a desobediência contra as suas leis. Então, Ele os acusa de desobediência e lhes dá a sugestão para que se arrependam; o povo, então, replica isolentemente: “ Em que havemos de tornar”. Então Deus responde esta pergunta com outra pergunta:  “Roubará o homem a Deus?”, e Ele mesmo responde: “Todavia vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? E ainda Ele mesmo responde: “Nos dízimos e nas ofertas” .

 Mas porque Deus os estava acusando disso? Isso acontecia porque eles estavam violando os princípios da aliança em relação ao culto: “O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou o pai, onde está a minha honra?  E, se eu sou senhor , onde está o meu temor? Diz o Senhor dos Exércitos a vós ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome?  Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível. Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isto não é mau? E quando ofereceis o coxo ou o enfermo, isto não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? Diz o Senhor dos Exércitos”  (Mal. 1: 6-8), e também : “Pois seja maldito o enganador que, tendo macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é temível entre os gentios.” (Mal. 1: 14). Além quebravam a aliança se misturando com mulheres estranhas e também com o divórcio:  “ Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais? Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual Ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.

 O Senhor destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao Senhor dos Exércitos. Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do Senhor de lágrimas, com choro e com gemidos, de sorte que Ele não olha mais para a oferta, nem aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis : Por que? Porque o senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez Ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor , o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos, portanto guardai-vos em vossos espíritos, e não sejais desleais.”  (Mal. 2: 7-16).

 Então nós podemos ver que eles estavam violando os princípios da Lei, que Deus lhes tinha outorgado; dentre os quais estavam os dízimos e as ofertas, como está em (Lev. 27: 30) “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.”, e também em ( Num. 18: 22) “ Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.” E ainda bem especificamente em (Deut. 14: 22) “Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo.”
Até aqui nós podemos perceber que o dízimo conforme descrito em Malaquias estava de acordo com os princípios legais e jurídicos da Lei. Dessa forma se nós fôssemos ensinar a doutrina do dízimo na igreja dos dias de hoje, para sermos honestos teologicamente, ainda que exegeticamente errados, precisaríamos fazer o ensino completo de Malaquias e não somente uma parte como costumam fazer os “pastores ensinadores” , dos dias atuais, ou seja, esse ensino pode ser condensado em dois versos:

 1º) “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.” ( Mal. 3: 8), esta é a ênfase desse ensino nas igrejas modernas, o ensinador então enfatiza fortemente: “ Vós me roubais nos dízimos e nas ofertas”, e prossegue explicando confiantemente: Todas as pessoas que não estão dando o dízimo são ladrões, pois estão roubando a Deus, e por isso irão para o inferno, pois os ladrões não herdarão o Reino de Deus; e muitas igrejas são tão extremistas nessa interpretação errônea que as pessoas pertencentes a essas denominações se não estiverem em dia , com o pagamento do mesmo ,não podem participar da Ceia do Senhor, além de sofrerem sanções no seu ministério e até proibições de comparecimento em determinadas reuniões, pois são consideradas infiéis. Então a pressão sobre os membros nessa questão nas denominações é muito forte, e quando são questionados para mostrar na Bíblia onde existe um mandamento para o dízimo em o Novo Testamento; eles rapidamente correm para Mateus 23:23: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas.” , e também em Lucas 11: 42, que é a mesma citação.

Nesse texto nós vemos que Jesus estava repreendendo os fariseus pelas suas hipocrisias e dissimulações. Onde externamente tinham o cuidado de demonstrar toda a sua ortodoxia enquanto na sua realidade eram terrivelmente injustos e cruéis, então Jesus censurou a sua hipocrisia e ao mesmo tempo que os exortou quanto a sua ortodoxia que deveria ser baseada no amor, e não apenas exteriormente, dentro dessa realidade ele disse que os mesmos deveriam ser verdadeiros quanto a ortodoxia e também nas suas práticas, entre as quais estava o dízimo. Agora o que esses pastores, não conseguem enxergar, é que até esse momento todos estavam sob a dispensação da Lei, embora isso tivesse sido registrado em o Novo Testamento. Além disso não existe ai, nenhum mandamento para o dízimo, mas apenas o reconhecimento de uma doutrina que estava em plena vigência na Lei. De formas que citar Mateus e Lucas como mandamentos para o dízimo neo-testamentário está completamente fora de questão.

 Mas se insistirmos nisso , então eles correm para Hebreus 7: 4 e 9: “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.” E “E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.” Aqui então está o argumento, que na visão desses líderes, encerra a questão, pois afinal de contas, isto não está na carta aos Hebreus? Pois é , isso cai na mesma resposta do caso anterior, ou seja, é apenas uma passagem que reconhece um fato histórico acontecido que o escritor aos Hebreus apenas citou na sua argumentação. Então amados irmãos, ensinadores sejam criteriosos com o que vocês ensinam para a igreja, e não sejam apenas repetidores daquilo que vocês ouviram durante toda a sua vida, de outras pessoas que não tinham um conhecimento ainda amadurecido. Com isso não quero dizer que eu seja contra o dízimo , mas que sou preocupado com a verdade sobre o dízimo, pois um ensino errado pode comprometer uma doutrina, ainda que amplamente disseminado.

2º)  Agora quanto a segunda parte do ensino de Malaquias 3, que não vemos nenhum pastor ensinando; queremos fazer algumas considerações: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento em minha casa, e depois fazei prova de mim, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” (Mal. 3:10) , nesta segunda parte, a parte “A”, do verso em questão: “TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS À CASA DO TESOURO”, é a parte “preferida” dos mesmos, isto porque é uma ordem direta para que os membros tragam os seus dízimos para a casa do tesouro, que naturalmente é a tesouraria da igreja. E então a ênfase é bem reforçada nesse ponto, até aqui o ensinamento é igual para quase todas as denominações pentecostais e neo-pentecostais, pois eu tenho compulsado todos estes ensinamentos nessa área e também ouvido esses ensinamentos de diversos líderes dessas denominações.  Porém quanto a segunda parte: “PARA QUE HAJA MANTIMENTOS NA MINHA CASA”, isto eu não vi em quase nenhum ensino, e quando falam alguma coisa , falam apenas por cima sem entrar em maiores detalhes, mas o que isso significa? Isto significa que os dízimos e as ofertas que entram na casa do tesouro, ou seja, na tesouraria das igrejas é para que haja mantimentos na casa de Deus. Será que é preciso ser mais claro do que isso? Então isso está falando em administração desses recursos em pelo menos três aspectos:

 1) Cobrir os gastos com o funcionamento dos templos e investimentos necessários

Em primeiro lugar esses recursos devem ser direcionados para as despesas de manutenção dos lugares de culto (templos), despesas tais como: luz, água, telefone, equipamentos necessários, aluguéis e também investimento em compra de terrenos e construções, mas sempre dentro de um critério de necessidade básica e não de projetos faraônicos, pois a igreja é peregrina e forasteira nesse mundo, então a parcimônia e a simplicidade deve ser a linha condutora desses projetos.

2) Assistência Social

As igrejas deveriam investir no ser humano com muito mais prioridade que em construções caríssimas, aviões, helicópteros, mansões e carrões para os seus líderes, os quais deveriam ser o exemplo dos fiéis na simplicidade e na sobriedade, e não o que vemos hoje em que os mesmos parecem mais executivos de grandes empresas, com uma vida social ostensiva de causar inveja a muitos executivos do mundo secular empresarial. As igrejas pentecostais que hoje formam um poderoso conglomerado religioso, com sedes riquíssimas, não demonstram a mesma preocupação em formar centros de restauração de pessoas com a mesma eficiência que constroem templos e compram equipamentos caríssimos para si, tais como aviões, helicópteros e canais de rádio e televisão,etc.  Quando um membro precisa ser socorrido é necessário que os irmãos tragam gêneros alimentícios para a igreja, pois a mesma, apesar das construções riquíssimas e dos aviões e helicópteros e também da vida ostensiva, de altos executivos dos seus líderes, não tem nada para os necessitados. Essa é a triste realidade que vemos praticamente em todas as denominações pentecostais.

  Hoje nós vemos igrejas riquíssimas, mas que não tem uma casa de recuperação para drogados, não tem um ambulatório que seja para atender o povo da igreja, não tem nenhuma escola para crianças, não se investe nada nos seus congregados, que só servem para contribuir, e alguns líderes ainda tem a coragem de dizer que a igreja não é assistência social, é lógico que não podemos querer que a igreja conserte um mundo em que os próprios governos não fazem o seu trabalho. Porém a igreja tem muita responsabilidade nisso, pois o seu trabalho essencial é resgatar o ser humano degradado pelo pecado. Pois o que adianta pregar o Evangelho se não tiver os meios para cuidar dessas pessoas. Por exemplo, se vamos pregar o Evangelho nas ruas, e por acaso se converte um mendigo, o que a igreja vai fazer além de convidá-lo para um culto onde no máximo lhe darão um lanche  e no fim do culto o despacharão para a rua, como eu já tenho visto em todos esses anos , ou então, esses casos ficam na dependência de algum irmão que se interesse pela pessoa para amparar ou resolver um caso desses pois a igreja como “instituição” não tem nada que fazer, pois está totalmente neutralizada, por falta de uma visão evangelística mais realística dos seus líderes, pois o que nós temos visto são apenas paliativos , projetos bonitos , reuniões; mas de efetividade não temos nada, pois os seus líderes perderam a visão do Reino de Deus. Vemos muita falação e quando fazem uma pequena coisa, que é na realidade o seu dever fazer, fazem tanta propaganda, que parece que estão revolucionando o mundo. Estão tão acostumados em ser acomodados que quando realizam quase nada, ficam no dever de apregoar aos quatro cantos da terra. Agora quando falam em “evangelizar” todos são especialistas, fazem reuniões , dão nome aos projetos, chamam pregadores para abrilhantar essas reuniões, falam muito bem, e estão a demonstrar uma disposição que causa inveja, mas de efetivo não se vê nada, os trabalhos de evangelismo da própria igreja estão abandonados, não se vê os mesmos na frente dos trabalhos ,mas largam essa obra nas mãos dos irmãos já idosos e dos mais fracos da igreja, que não tem poder de decisão, enquanto todo o chamado “corpo ministerial”, isto é , Os “graduados”, sequer aparecem, e naturalmente quando alguém com mais coragem lhes cobra isso, são cheios de justificativas, mas a verdade é que nem na igreja que são responsáveis, eles efetivamente funcionam.  É lógico que  tais líderes quando virem estas palavras, ficarão muito brabos, porque sentir-se-ão atingidos por essas admoestações, mas a palavra de ensinamento não é para agradar, mas para induzir a reflexão e a ação, este é o meu objetivo. Quando nós falamos alguma coisa, não é que estejamos acusando, mas os fatos estão aí para serem vistos e analisados. Eu vou contar aqui dois casos para que vocês vejam, se o que eu estou falando não é uma realidade:

1º) Em uma determinada congregação pentecostal tradicional aqui de São Miguel Paulista-SP, morreu uma irmã muito pobre, porém muito fiel a igreja, o seu dirigente  era meu conhecido na época, como a irmã não tinha familiares, e também a mesma era muito pobre, ele pegou o dinheiro do caixa da igreja que dirigia,  para fazer o sepultamento da irmã, quando foi na hora de trazer o relatório para a sede do setor, foi repreendido severamente pelo pastor regional, que não aceitou as suas ponderações, dizendo que ele não poderia ter mexido no caixa , pois o dinheiro era da “igreja” , por igreja ele queria dizer a sede da mesma que é para onde vai todo o fluxo financeiro de todas as congregações locais, o dirigente tentou de todas as maneiras explicar que nunca poderia deixar de atender uma causa como esta, pois era uma questão humanitária, não adiantou; ele foi convocado a se explicar na sede da “poderosa denominação” para o seu “líder maior” ( pastor presidente ), que é praticamente um papa dentro da denominação, lá chegando usou as mesmas ponderações com o mesmo, a sua resposta  ,sem a mínima consideração humanitária ou espiritual foi:   “Você não deveria ter usado o dinheiro da igreja mas deveria ter usado o seu próprio dinheiro, por isso você terá que ressarcir do seu bolso” , vejam vocês, como esses líderes são sem compaixão quando a questão é  dinheiro.

O irmão cooperador teve que pagar do seu próprio bolso. E apenas para constar, esse episódio ocorreu duas vezes, sendo que o primeiro cooperador envolvido que também teve que devolver o dinheiro do seu próprio bolso, já dorme com o Senhor. Isto que eu estou contando não é falar mal dos líderes mas é a forma como os mesmos agem, sem aumentar nem diminuir, uma realidade triste mas é uma realidade.

2º) Este segundo episódio é uma antítese do primeiro, essa mesma denominação , apenas sendo outro ministério em maio de 2014, comprou do governo do estado de São Paulo, um helicóptero Sikorsky modelo S76, pela bagatela de $ 850.000 , quase dois milhões de reais, sendo que os custos para a denominação serão altíssimos, com transferência, seguros ,aluguel de hangar, mecânicos , peças para manutenção, piloto exclusivo e vai por aí a fora. Agora quem é que vai pagar estes custos? É  lógico o povo que é membro desta denominação, é assim que isto funciona, mas na área social, não tem míseros reais para enterrar um membro que morre e que não tem recursos neste mundo, mas tem dinheiro para comprar tais coisas e fazer construções gigantescas, este episódio foi noticiado pela mídia secular não é segredo para ninguém, só o povo simples que contribui, não sabe disto. Então é muito apropriado lembrar as palavras do profeta Ezequiel:  “Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?”  (Ez. 34: 2 parte b).

 Estes são apenas dois episódios em um universo muito mais amplo, pois eu conheço fatos muito mais estarrecedores nesse ambiente, fatos esses com nome endereço e tudo o mais, porém, não é do meu interêsse revelá-los, pois o Senhor tem ciência dos mesmos, e no tempo determinado todos os envolvidos serão chamados a prestação de contas, diante Daquele Justo Ser, cujos olhos são como chamas de fogo, e de cuja boca sai uma espada afiada de dois gumes.

3º) A Obra Missionária

A fonte natural de recursos para a obra missionária deve ser: Os dízimos e as ofertas alçadas cotidianamente pelas igrejas, e não as ofertas especiais em cultos específicos ou carnezinhos como se é o costume atualmente. Com isso eu não estou querendo dizer que sou contra os carnezinhos como muitos poderão supor apressadamente; pois eu acho que se a igreja administra estes recursos criteriosamente e pelo tamanho da obra é preciso haver mais engajamento; isto é muito justo, agora eu acho que não é este o caso. Igrejas que são sedes regionais e até estaduais, se chega um missionário de improviso a igreja não tem recursos para lhe dar uma oferta, ficando na dependência de se tirar uma oferta na igreja para isto, quando a mesma deveria ter um caixa preparado para isso, o que é isto senão uma administração errada e desleixada, sem uma mínima visão de administração eclesiástica. Então irmãos pastores, se vocês querem ensinar a doutrina do dízimo conforme Malaquias  “3”, com honestidade, ainda que exegeticamente incorretos, façam o ensinamento completo.

Se este ensino que é feito hoje nas igrejas levasse a sério o Velho Testamento, então as igrejas aplicariam estes recursos nessa direção. Mas o que é que nós vemos: Todos esses recursos levantados são encaminhados para a sede dessas denominações, e a igreja em si, não tem controle dos mesmos,  pois são usados de acordo com a vontade do líder maior, naquilo que ele acha ser o melhor, por exemplo: comprar helicópteros, aviões, carrões e construções luxuosas; e não o que é melhor para a IGREJA, por exemplo: assistência social e obra missionária. Então com essa forma arbitrária de se exigir o dízimo e também de administrá-lo é que está a raiz de todas essas distorções. Baseado em todas essas considerações nós podemos concluir que: Não existe nenhum mandamento sobre o dízimo em o Novo Testamento e que o ensinamento de Malaquias  “3”  não se aplica à igreja, mas a nação de Israel.

Então qual seria o ensinamento correto sobre dízimos e ofertas em a nova aliança?

 É aqui que nós devemos ter equilíbrio e deixar os extremismos de lado, e com humildade seguirmos o que Deus disse a Josué:  “Tão somente  esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.”  ( Josué 1: 7), prestemos bem atenção: “DELA NÃO TE DESVIES NEM PARA A DIREITA NEM PARA A ESQUERDA.”, precisamos seguir sempre o caminho do meio. Embora eu reconheça que não há um mandamento específico para o dízimo em o Novo Testamento, eu sei que existem circunstâncias históricas no livro de Atos e também na história da igreja que me dão alguns princípios concretos. Não há evidências bíblicas e históricas de que a igreja gentílica dizimava de forma obrigatória. A igreja gentílica neotestamentária, nasceu fora desse sistema, por isso, quando Paulo fala sobre ofertas na igreja, ele fala em termos de doações voluntárias.  No início da igreja a informalidade e a simplicidade das estruturas não exigiam muitos recursos para a sua manutenção, não havia templos nem ministério de tempo integral, muitos pastores eram artesãos como o apóstolo Paulo, e a maior carência estava na área social e beneficente; daí a grande ênfase nas ofertas, principalmente em situações de particular necessidade:  “E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé  e de Saulo.”  (Atos 11: 29-30). No entanto o princípio de que a contribuição devia ser marcada pelo desprendimento, liberalidade, proporcionalidade, constância e alegria se manteve como se pode ver no “ DIDAQUE” , um manual eclesiástico do 2º século:  “Tome uma parte do seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, segundo lhe parecer oportuno, e os dê conforme o preceito” (13.7). No final do mesmo século, Irineu de Lion se referiu aos cristãos, como aqueles que:  “separam todas as suas posses para os propósitos do Senhor, entregando de modo alegre e espontâneo as porções não menos valiosas de sua propriedade.”  (“Contra as Heresias”  IV. 18). 

Com o passar do tempo e a crescente institucionalização da igreja, houve necessidade de uma forma padronizada de contribuição. Com isso, recorreu-se  ao precedente bíblico, já conhecido e testado: O DÍZIMO. Durante a história da igreja que vai do século II ao V, os antigos pais da igreja: Irineu de Lion, Orígenes, Justino Mártir, Tertuliano, Cipriano, João Crisóstomo e outros cristãos dos séculos II ao V, cujos registros compõe a história da igreja, nos falam somente de contribuições voluntárias na comunhão dos santos. Somente no século VI, durante o Sínodo de Macon  (582 dC), é que o dízimo começou a ser ensinado como obrigatório e um milênio depois, no Concílio de Trento, que ele ganhou força de lei, cujo não cumprimento seria punido com pena de excomunhão. Prática esta, que é antibíblica herdada do período negro da idade média, e passando pela reforma, se cristalizou entre nós.

Agora, a verdade é que nenhum pastor ou líder espiritual, tem o direito de fiscalizar as ofertas ou os dízimos dos membros de qualquer igreja, e usar essas informações como parâmetro para se medir a espiritualidade de ninguém, tal ato se constitui em uma arbitrariedade que contraria o ensinamento bíblico que nos diz , que todo ato de caridade deve ser anônimo, algo pessoal entre aquele que oferta e o próprio Deus.  “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Quando, pois deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua esquerda. Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”  (Mateus 6: 1-4).

Pesquisando a Bíblia a procura de fundamentos doutrinários para os dízimos e ofertas, nós encontramos uma orientação geral, que está escrita em II Coríntios 9: 6-12: “ E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua segundo o que propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama o que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra.”  Nesses versos nós podemos entender os seguintes princípios: 

1º) Deve ser com proporcionalidade

2º) Deve ser com propósito e constância

3º) Não deve ser com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria

Então nós temos que nos ater em princípios:

No caso do dízimo nós temos o início do mesmo que não estava sob a Lei, mas que vivia em uma dispensação semelhante a nossa. Vemos também que durante a Lei o dízimo era um princípio jurídico, ou seja, “obedece e é abençoado ou desobedece e é amaldiçoado”, não era uma questão de querer ou não, era uma obrigação legal. Agora no Novo Testamento, o princípio é: VOLUNTARIEDADE, GENEROSIDADE, CONSTÂNCIA E PROPORCIONALIDADE, e nesse sentido o dízimo não é um número matemático ( 10% ), mas um princípio de, proporcionalidade + generosidade + alegria, ou seja:  Suponhamos que um membro da igreja receba um salário de R$ 553,00, então conforme a antiga aliança, o seu dízimo seria: R$ 55,30, mas como ele é aposentado, paga aluguel e ainda tem de comprar remédios, ele não pode dar com alegria esse montante, mas poderia dar com alegria R$ 30,00, o que seria na prática: 5,4%, então pelo princípios da: Generosidade + proporcionalidade + alegria, este seria o seu dízimo, ainda que, matematicamente isto seja meio dízimo.

Agora olhando por outro prisma, outro membro dessa mesma igreja que seja um empresário, e que no fim do mês ele tenha ganhado R$ 50.000,00; então conforme a antiga aliança, o seu dízimo seria: R$ 5000,00;  porém ele usa desse dinheiro para viver com conforto: R$ 15000,00; então tirando o dízimo + a sua despesa, vai-lhe sobrar R$ 30000,00; então ele conscientizado pelo verdadeiro ensino sobre o dízimo, ele sente que deve dar de dízimo: R$ 20000,00; este montante segundo a antiga aliança seria o quadrízimo, porém pelo princípio neotestamentário da: Generosidade + proporcionalidade + alegria, isto é o seu dízimo.

Agora se isto for ensinado nas igrejas, liberaria a consciência dos irmãos mais fracos, para contribuir com alegria dentro das suas realidades financeiras, sem ser um fardo pesado para os mesmos. E por outro lado faria com que os irmãos mais fortes financeiramente fossem mais generosos, pelo princípio da proporcionalidade.  Uma igreja ensinada conforme estes princípios corretos, pode ter uma arrecadação menor, porém isto levaria os pastores a aprenderem a administrar os recursos da igreja com mais critério e responsabilidade, mas eventualmente o povo esclarecido corretamente, seria mais generoso e liberal aumentando em muito a arrecadação das igrejas. É só pagar para ver.  Como podemos ver  nesse estudo, eu sou completamente a favor do dízimo e das ofertas, o meu questionamento se dá, na área do ensinamento do mesmo, que deve ser feito com uma verdadeira exegese bíblica e não como é feito atualmente; e por outro lado é necessário haver mais responsabilidade e priorização na área missionária e social, e menos gastos com superfluidades, como se vê hoje no universo evangélico pentecostal.

Implicações Dessa Doutrina na Vida dos Seus Praticantes

O dízimo e as ofertas terão duas implicações na vida dos seus praticantes; a primeira está implícita em Deuteronômio 14: 23 (parte b): “Para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias” A prática do dízimo e das ofertas é uma forma de aprendizado que nos condiciona ao temor de Deus e a gratidão ao Mesmo. E a outra implicação está em I Crônicas 29: 16: “Senhor, nosso Deus, toda essa abundância, que preparamos para te edificar uma casa ao teu santo Nome, vem de Tua mão e é toda Tua.” Esta é uma revelação de como devemos reconhecer a provisão divina da qual nós somos objetos, então quando ofertamos , nós demonstramos o nosso reconhecimento dessa realidade espiritual, e essa atitude de obediência a essa revelação nos preserva da soberba e do endurecimento espiritual, nos torna mais sensíveis e inclinados a uma gratidão amorosa ao nosso Deus.

Então concluindo este estudo, sobre um assunto tão comentado e tão pouco compreendido e também tão mal ensinado, como se vê nos dias atuais, eu tenho a sensação do “dever cumprido”, pois tenho  a plena convicção, de que muitas almas confusas e atormentadas por dúvidas, nessa doutrina, serão ajudadas e iluminadas,  Soli Deo Gloria.



Com amor em Cristo, Veredarius


  

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