O
primeiro lugar na Bíblia em que vemos o fato do dízimo, é no livro de Gênesis ,
capítulo 14 e versículo 20, onde Abraão, após voltar de uma guerra contra
quatro reis, sobre os quais teve uma grande vitória, veio ao encontro de
Melquisedeque que era rei e sacerdote do Deus Altíssimo, em Salém; o qual recebeu
Abraão com pão e vinho, e o abençoou. Então Abraão deu-lhe o dízimo de “tudo” o que tinha conquistado na batalha. “
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os
dízimos dos despojos.” (Hebreus 7:4) . Naquela época o despojo de guerra
era um direito do vencedor, e esse direito foi incorporado pela Lei:
“Falou mais o Senhor a Moisés dizendo:
Faze a soma da presa que foi tomada, de homens e de animais, tu e Eleazar , o
sacerdote, e os cabeças das casas dos pais da congregação, e divide a presa em
duas metades, entre os que se armaram para a peleja, e saíram à guerra, e toda
a congregação. Então para o Senhor tomarás o tributo dos homens de guerra, que
saíram a esta peleja, de cada quinhentos uma alma, dos homens, e dos bois, e
dos jumentos e das ovelhas. Da sua metade o tomareis, e o dareis ao sacerdote
Eleazar, para a oferta alçada ao Senhor.”
( Números 31: 25- 29), e
também Josué “E
falou-lhes dizendo: Voltai-vos às vossas tendas com grandes riquezas, e com
muitíssimo gado, com prata ,e com ouro, e com metal, e com ferro, e com
muitíssimas roupas; e com vossos irmãos reparti o despojo dos vossos inimigos.”
Então quando Abraão deu o dízimo de tudo a
Melquisedeque, foi de tudo mesmo, ou seja, todos os despojos que havia conquistado; e com esse
esclarecimento , nós eliminamos o argumento daqueles que dizem que Abraão deu o
dízimo daquilo que não era dele, falando do seu ponto de vista
limitado e não conhecendo a revelação bíblica. Na verdade o que nós entendemos desse texto é que Abraão já tinha conhecimento dessa prática de dizimar que já existia antes que a Lei fosse promulgada 430 anos depois “Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a Lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não invalida, de forma a abolir a promessa.” (Gal. 3:17). Assim, que, quando a Lei foi estabelecida, o dízimo foi incorporado pela Lei, tornando-se a partir de então um princípio legal, conforme (Lev. 27:30) “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores; são do Senhor; santas são ao Senhor.” E também “ Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. (Deut. 14:22). Existem alguns argumentos de ensinadores que são contra o dízimo, que se utilizam da linguagem do Antigo Testamento, para dizerem que o dízimo naquele tempo era só de mantimentos, e que se hoje existisse seria também de mantimentos e não de dinheiro como se faz atualmente, e até reforçando esse argumento; dizendo que o dinheiro já existia desde o tempo de Abraão e na Lei do dízimo se fala de mantimentos. Esse argumento é falacioso por dois motivos:
limitado e não conhecendo a revelação bíblica. Na verdade o que nós entendemos desse texto é que Abraão já tinha conhecimento dessa prática de dizimar que já existia antes que a Lei fosse promulgada 430 anos depois “Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a Lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não invalida, de forma a abolir a promessa.” (Gal. 3:17). Assim, que, quando a Lei foi estabelecida, o dízimo foi incorporado pela Lei, tornando-se a partir de então um princípio legal, conforme (Lev. 27:30) “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores; são do Senhor; santas são ao Senhor.” E também “ Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. (Deut. 14:22). Existem alguns argumentos de ensinadores que são contra o dízimo, que se utilizam da linguagem do Antigo Testamento, para dizerem que o dízimo naquele tempo era só de mantimentos, e que se hoje existisse seria também de mantimentos e não de dinheiro como se faz atualmente, e até reforçando esse argumento; dizendo que o dinheiro já existia desde o tempo de Abraão e na Lei do dízimo se fala de mantimentos. Esse argumento é falacioso por dois motivos:
1º) Na
Lei mosaica quando havia a impossibilidade de se entregar os mantimentos devido
a distância que o dizimista estava de Jerusalém onde o mesmo deveria ser
entregue, o mesmo deveria ser vendido, e o dinheiro arrecadado deveria então
ser entregue no lugar escolhido por Deus , que era o Templo. “ Quando
o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o
lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali por o Seu nome, quando o Senhor
teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai
ao lugar que escolher o Senhor teu
Deus.” (Deut. 14: 24-25).
2º) A
sociedade israelita dessa época era uma sociedade agrária, que vivia do campo e
não uma sociedade industrial como a nossa dos dias atuais, e ainda que
existisse o dinheiro o mesmo não tinha a importância que tem nos dias de hoje,
além disso o argumento que o dízimo era uma só vez por ano e não todos os meses
como nos dias de hoje , também não procede, pois o dízimo de então só acontecia
quando havia a colheita e também quando era feita a contagem dos rebanhos,
enquanto nos dias atuais em uma sociedade industrial é feito quando as pessoas
recebem, o que costuma acontecer todos os meses. Então esses argumentos são
completamente sem fundamentos históricos ou bíblicos.
Quando
estudamos Deuteronômio 12, vemos que Deus ordenou ao Seu povo, que desse dez
por cento da sua produção (grãos,
frutas, legumes, verduras e animais), a
Ele como forma de adoração por Suas bênçãos. “Então
haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o Seu
nome; ali trareis tudo o que vos
ordeno; os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e
a oferta alçada da vossa mão, e toda escolha dos vossos votos que fizerdes ao Senhor.” (Deut. 12:11). Todo ano cada família deveria ir ao santuário
para dar o seu dízimo aos levitas, que, por sua vez, davam o dízimo dessas
ofertas aos sacerdotes, “Porque os dízimos dos filhos de Israel, que
oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas;
porquanto eu lhes disse: No meio dos
filhos de Israel nenhuma herança terão. E falou o Senhor a Moisés, dizendo:
Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos
filhos de Israel, que Eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles
oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á
a vossa oferta alçada, como grão da eira, e como plenitude do lagar. Assim também
oferecereis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos que
receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do Senhor a
Arão, o sacerdote.” (Núm. 18: 26-28). Isto aqui é a descrição do “dízimo dos
dízimos”, então os levitas viveriam dos dízimos e das ofertas dos filhos de
Israel , enquanto os sacerdotes viveriam dos dízimos dos dízimos. É justamente
desse fato que está falando o escritor aos Hebreus em (Heb. 7: 9), “E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos,
pagou dízimos.” , ele não está
dando mandamentos para o dízimo, como querem nos dizer muitos pastores dos dias
atuais, sem conseguirem entender o que significa o mesmo. Isso é uma
demonstração da dificuldade dos mesmos em interpretação de texto.
Em
se tratando de dar ao Senhor, algumas pessoas precisam ser lembradas disso mais
de uma vez. O povo de Israel deveria ser generoso com seus filhos, cada vez que
levassem os seus dízimos e contribuições para o santuário, e desfrutassem uma
refeição em ação de graças; isso os ensinaria a temer ao Senhor.
“E,
perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o Seu
nome, comerás o dízimo do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os
primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os
dias.” (Deut. 14: 23). Pois se não fosse pela benção do Senhor, não
teriam o que comer e ofertar; como disse Davi: “Senhor,
nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos, para te edificar uma casa ao Teu santo nome, vem da Tua mão, e é toda Tua.” (I Cron. 29: 16). Quando deixamos de temer a Deus, e de
apreciar a sua provisão abundante, tornamo-nos soberbos e arrogantes, e já não
damos o devido valor as suas bênçãos achando que as mesmas
são uma espécie de direito natural. Por outro lado quando somos
conscientizados do nosso dever de ofertarmos ao Senhor, e correspondemos a essa
conscientização, isso é um reconhecimento que tudo que temos nessa vida e nesse
mundo só é possível, pela Sua imensa graça e misericórdia.
Então
o que nós podemos entender de tudo isso, é que antes da Lei já havia a prática
e o conhecimento do dízimo. No tempo de Abraão que é antes da Lei, era uma
dispensação semelhante a nossa, porém não era igual, pois Cristo ainda não
havia, vindo em carne e consequentemente não havia morrido e ressuscitado. Por
isso quando fazemos uma comparação do nosso tempo com o tempo de Abraão, precisamos levar em consideração essas
diferenças. Pois os ensinadores atuais tem a tendência de dizer “O tempo de
Abraão era a dispensação da fé, como a nossa hoje”, e falam isso para
justificar o fato de o dízimo não ser oriundo da Lei, mas existia antes da mesma,
dessa forma o dízimo hoje é justificado
com esse argumento. Essa forma de argumentação não é de todo errada, mas é
necessário muito cuidado com isso, pois é um argumento subjetivo e se baseia
apenas em uma analogia, sem uma fundamentação bíblica consistente e pode ser
rejeitado por mentes mais inquisitivas. Agora passaremos a analisar como se é
ensinada essa doutrina na maioria das igrejas.
Hoje
principalmente nas igrejas pentecostais e neo-pentecostais, quando os seus
pastores vão ensinar sobre o dízimo, correm rapidamente para Malaquias e leem
com toda ênfase e grande confiança: “Desde os dias de vossos pais vos desviastes
dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim e eu me tornarei
para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? Roubará o homem a Deus? Todavia vós me
roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição
sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda a nação. Trazei todos os
dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois
fazei prova de mim nisto, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar
sobre vós uma benção tal até que não haja
lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o
devorador e ele não destruirá os frutos da vossa terra, e a vossa vide no campo
não será estéril, diz o Senhor dos exércitos. E todas as nações vos chamarão
bem aventurados; porque vós sereis
uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.” (Mal. 3: 7-12). Nós vemos que no versículo 7 , Deus tem uma
queixa contra o povo de Israel: Pela ingratidão do povo, pelo formalismo dos
sacerdotes, e a desobediência contra as suas leis. Então, Ele os acusa de
desobediência e lhes dá a sugestão para que se arrependam; o povo, então,
replica isolentemente: “ Em que havemos
de tornar”. Então Deus responde esta
pergunta com outra pergunta: “Roubará o
homem a Deus?”, e Ele mesmo responde: “Todavia
vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? E ainda Ele mesmo responde: “Nos
dízimos e nas ofertas” .
Mas porque Deus os estava acusando disso? Isso
acontecia porque eles estavam violando os princípios da aliança em relação ao
culto: “O filho honra o pai, e o servo o
seu senhor; se eu sou o pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor , onde está o meu temor?
Diz o Senhor dos Exércitos a vós ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós
dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome?
Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos
profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível. Porque, quando
ofereceis animal cego para o sacrifício, isto não é mau? E quando ofereceis o
coxo ou o enfermo, isto não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador;
porventura terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? Diz o Senhor dos Exércitos” (Mal. 1: 6-8), e também : “Pois seja maldito o enganador que, tendo
macho no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor o que tem mácula; porque eu
sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos,
o meu nome é temível entre os gentios.” (Mal. 1: 14). Além quebravam a
aliança se misturando com mulheres estranhas e também com o divórcio: “ Não
temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que agimos
aleivosamente cada um contra seu irmão, profanando a aliança de nossos pais?
Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque
Judá profanou o santuário do Senhor, o qual Ele ama, e se casou com a filha de
deus estranho.
O Senhor destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao Senhor dos Exércitos. Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do Senhor de lágrimas, com choro e com gemidos, de sorte que Ele não olha mais para a oferta, nem aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis : Por que? Porque o senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez Ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor , o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos, portanto guardai-vos em vossos espíritos, e não sejais desleais.” (Mal. 2: 7-16).
O Senhor destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao Senhor dos Exércitos. Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do Senhor de lágrimas, com choro e com gemidos, de sorte que Ele não olha mais para a oferta, nem aceitará com prazer da vossa mão. E dizeis : Por que? Porque o senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança. E não fez Ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor , o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos, portanto guardai-vos em vossos espíritos, e não sejais desleais.” (Mal. 2: 7-16).
Então nós podemos ver que eles estavam
violando os princípios da Lei, que Deus lhes tinha outorgado; dentre os quais
estavam os dízimos e as ofertas, como está em (Lev. 27: 30) “Também todas as dízimas do campo, da semente
do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.”, e
também em ( Num. 18: 22) “ Porque os
dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho
dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de
Israel nenhuma herança terão.” E ainda bem especificamente em (Deut. 14:
22) “Certamente darás os dízimos de todo
o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo.”
Até
aqui nós podemos perceber que o dízimo conforme descrito em Malaquias estava de
acordo com os princípios legais e jurídicos da Lei. Dessa forma se nós fôssemos
ensinar a doutrina do dízimo na igreja dos dias de hoje, para sermos honestos
teologicamente, ainda que exegeticamente errados, precisaríamos fazer o ensino
completo de Malaquias e não somente uma parte como costumam fazer os “pastores
ensinadores” , dos dias atuais, ou seja, esse ensino pode ser condensado em
dois versos:
1º) “Roubará
o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas.” ( Mal. 3:
8), esta é a ênfase desse ensino nas igrejas modernas, o ensinador então
enfatiza fortemente: “ Vós me roubais nos
dízimos e nas ofertas”, e prossegue explicando confiantemente: Todas as
pessoas que não estão dando o dízimo são ladrões, pois estão roubando a Deus, e
por isso irão para o inferno, pois os ladrões não herdarão o Reino de Deus; e
muitas igrejas são tão extremistas nessa interpretação errônea que as pessoas
pertencentes a essas denominações se não estiverem em dia , com o pagamento do
mesmo ,não podem participar da Ceia do Senhor, além de sofrerem sanções no seu
ministério e até proibições de comparecimento em determinadas reuniões, pois
são consideradas infiéis. Então a pressão sobre os membros nessa questão nas
denominações é muito forte, e quando são questionados para mostrar na Bíblia
onde existe um mandamento para o dízimo em o Novo Testamento; eles rapidamente
correm para Mateus 23:23: “Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o
cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé;
deveis, porém, fazer estas coisas e
não omitir aquelas.” , e também em Lucas 11: 42, que é a mesma citação.
Nesse
texto nós vemos que Jesus estava repreendendo os fariseus pelas suas
hipocrisias e dissimulações. Onde externamente tinham o cuidado de demonstrar
toda a sua ortodoxia enquanto na sua realidade eram terrivelmente injustos e
cruéis, então Jesus censurou a sua hipocrisia e ao mesmo tempo que os exortou
quanto a sua ortodoxia que deveria ser baseada no amor, e não apenas
exteriormente, dentro dessa realidade ele disse que os mesmos deveriam ser
verdadeiros quanto a ortodoxia e também nas suas práticas, entre as quais
estava o dízimo. Agora o que esses pastores, não conseguem enxergar, é que até
esse momento todos estavam sob a dispensação da Lei, embora isso tivesse sido registrado
em o Novo Testamento. Além disso não existe ai, nenhum mandamento para o dízimo,
mas apenas o reconhecimento de uma doutrina que estava em plena vigência na
Lei. De formas que citar Mateus e Lucas como mandamentos para o dízimo
neo-testamentário está completamente fora de questão.
Mas se insistirmos nisso , então eles correm
para Hebreus 7: 4 e 9: “Considerai, pois,
quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos
despojos.” E “E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe
dízimos, pagou dízimos.” Aqui então está o argumento, que na visão desses
líderes, encerra a questão, pois afinal de contas, isto não está na carta aos
Hebreus? Pois é , isso cai na mesma resposta do caso anterior, ou seja, é
apenas uma passagem que reconhece um fato histórico acontecido que o escritor aos
Hebreus apenas citou na sua argumentação. Então amados irmãos, ensinadores
sejam criteriosos com o que vocês ensinam para a igreja, e não sejam apenas
repetidores daquilo que vocês ouviram durante toda a sua vida, de outras
pessoas que não tinham um conhecimento ainda amadurecido. Com isso não quero
dizer que eu seja contra o dízimo , mas que sou preocupado com a verdade sobre
o dízimo, pois um ensino errado pode comprometer uma doutrina, ainda que
amplamente disseminado.
2º) Agora quanto a segunda parte do ensino de
Malaquias 3, que não vemos nenhum pastor ensinando; queremos fazer algumas
considerações: “Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro, para que haja mantimento em minha casa, e depois fazei prova
de mim, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
benção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” (Mal. 3:10) , nesta segunda parte, a parte “A”, do
verso em questão: “TRAZEI TODOS OS
DÍZIMOS À CASA DO TESOURO”, é a
parte “preferida” dos mesmos, isto porque é uma ordem direta para que os
membros tragam os seus dízimos para a casa do tesouro, que naturalmente é a
tesouraria da igreja. E então a ênfase é bem reforçada nesse ponto, até aqui o
ensinamento é igual para quase todas as denominações pentecostais e neo-pentecostais,
pois eu tenho compulsado todos estes ensinamentos nessa área e também ouvido
esses ensinamentos de diversos líderes dessas denominações. Porém quanto a segunda parte: “PARA QUE HAJA MANTIMENTOS NA MINHA CASA”,
isto eu não vi em quase nenhum ensino, e quando falam alguma coisa , falam
apenas por cima sem entrar em maiores detalhes, mas o que isso significa? Isto
significa que os dízimos e as ofertas que entram na casa do tesouro, ou seja,
na tesouraria das igrejas é para que haja mantimentos na casa de Deus. Será que
é preciso ser mais claro do que isso? Então isso está falando em administração
desses recursos em pelo menos três aspectos:
1)
Cobrir os gastos com o funcionamento dos templos e investimentos necessários
Em
primeiro lugar esses recursos devem ser direcionados para as despesas de
manutenção dos lugares de culto (templos), despesas tais como: luz, água, telefone,
equipamentos necessários, aluguéis e também investimento em compra de terrenos
e construções, mas sempre dentro de um critério de necessidade básica e não de
projetos faraônicos, pois a igreja é peregrina e forasteira nesse mundo, então
a parcimônia e a simplicidade deve ser a linha condutora desses projetos.
2) Assistência Social
As
igrejas deveriam investir no ser humano com muito mais prioridade que em
construções caríssimas, aviões, helicópteros, mansões e carrões para os seus
líderes, os quais deveriam ser o exemplo dos fiéis na simplicidade e na
sobriedade, e não o que vemos hoje em que os mesmos parecem mais executivos de
grandes empresas, com uma vida social ostensiva de causar inveja a muitos
executivos do mundo secular empresarial. As igrejas pentecostais que hoje
formam um poderoso conglomerado religioso, com sedes riquíssimas, não
demonstram a mesma preocupação em formar centros de restauração de pessoas com
a mesma eficiência que constroem templos e compram equipamentos caríssimos para
si, tais como aviões, helicópteros e canais de rádio e televisão,etc. Quando um membro precisa ser socorrido é
necessário que os irmãos tragam gêneros alimentícios para a igreja, pois a
mesma, apesar das construções riquíssimas e dos aviões e helicópteros e também
da vida ostensiva, de altos executivos dos seus líderes, não tem nada para os
necessitados. Essa é a triste realidade que vemos praticamente em todas as
denominações pentecostais.
Hoje nós vemos igrejas riquíssimas, mas que
não tem uma casa de recuperação para drogados, não tem um ambulatório que seja
para atender o povo da igreja, não tem nenhuma escola para crianças, não se
investe nada nos seus congregados, que só servem para contribuir, e alguns
líderes ainda tem a coragem de dizer que a igreja não é assistência social, é
lógico que não podemos querer que a igreja conserte um mundo em que os próprios
governos não fazem o seu trabalho. Porém a igreja tem muita responsabilidade
nisso, pois o seu trabalho essencial é resgatar o ser humano degradado pelo
pecado. Pois o que adianta pregar o Evangelho se não tiver os meios para cuidar
dessas pessoas. Por exemplo, se vamos pregar o Evangelho nas ruas, e por acaso
se converte um mendigo, o que a igreja vai fazer além de convidá-lo para um
culto onde no máximo lhe darão um lanche
e no fim do culto o despacharão para a rua, como eu já tenho visto em
todos esses anos , ou então, esses casos ficam na dependência de algum irmão
que se interesse pela pessoa para amparar ou resolver um caso desses pois a
igreja como “instituição” não tem nada que fazer, pois está totalmente
neutralizada, por falta de uma visão evangelística mais realística dos seus
líderes, pois o que nós temos visto são apenas paliativos , projetos bonitos ,
reuniões; mas de efetividade não temos nada, pois os seus líderes perderam a
visão do Reino de Deus. Vemos muita falação e quando fazem uma pequena coisa,
que é na realidade o seu dever fazer, fazem tanta propaganda, que parece que
estão revolucionando o mundo. Estão tão acostumados em ser acomodados que
quando realizam quase nada, ficam no dever de apregoar aos quatro cantos da
terra. Agora quando falam em “evangelizar” todos são especialistas, fazem
reuniões , dão nome aos projetos, chamam pregadores para abrilhantar essas
reuniões, falam muito bem, e estão a demonstrar uma disposição que causa
inveja, mas de efetivo não se vê
nada, os trabalhos de evangelismo da própria igreja estão abandonados, não se vê os mesmos na frente dos trabalhos
,mas largam essa obra nas mãos dos irmãos já idosos e dos mais fracos da
igreja, que não tem poder de decisão, enquanto todo o chamado “corpo
ministerial”, isto é , Os “graduados”, sequer aparecem, e naturalmente quando
alguém com mais coragem lhes cobra isso, são cheios de justificativas, mas a
verdade é que nem na igreja que são responsáveis, eles efetivamente funcionam. É lógico que
tais líderes quando virem estas palavras, ficarão muito brabos, porque
sentir-se-ão atingidos por essas admoestações, mas a palavra de ensinamento não
é para agradar, mas para induzir a reflexão e a ação, este é o meu objetivo.
Quando nós falamos alguma coisa, não é que estejamos acusando, mas os fatos
estão aí para serem vistos e analisados. Eu vou contar aqui dois casos para
que vocês vejam, se o que eu estou falando não é uma realidade:
1º)
Em uma determinada congregação pentecostal tradicional aqui de São Miguel
Paulista-SP, morreu uma irmã muito pobre, porém muito fiel a igreja, o seu
dirigente era meu conhecido na época,
como a irmã não tinha familiares, e também a mesma era muito pobre, ele pegou o
dinheiro do caixa da igreja que
dirigia, para fazer o sepultamento da
irmã, quando foi na hora de trazer o relatório para a sede do setor, foi
repreendido severamente pelo pastor regional, que não aceitou as
suas ponderações, dizendo que ele não poderia ter mexido no caixa , pois o
dinheiro era da “igreja” , por igreja ele queria dizer a sede da mesma que é
para onde vai todo o fluxo financeiro de todas as congregações locais, o
dirigente tentou de todas as maneiras explicar que nunca poderia deixar de
atender uma causa como esta, pois era
uma questão humanitária, não adiantou; ele foi convocado a se explicar na
sede da “poderosa denominação” para o seu “líder maior” ( pastor presidente ),
que é praticamente um papa dentro da denominação, lá chegando usou as mesmas
ponderações com o mesmo, a sua resposta ,sem a mínima consideração humanitária ou
espiritual foi: “Você não deveria ter usado o dinheiro da
igreja mas deveria ter usado o seu próprio dinheiro, por isso você terá que
ressarcir do seu bolso” , vejam vocês, como esses líderes são sem
compaixão quando a questão é dinheiro.
O
irmão cooperador teve que pagar do seu próprio bolso. E
apenas para constar, esse episódio ocorreu duas vezes, sendo que o primeiro
cooperador envolvido que também teve que devolver o dinheiro do seu próprio
bolso, já dorme com o Senhor. Isto que eu estou contando não é falar mal dos
líderes mas é a forma como os mesmos agem, sem aumentar nem diminuir, uma
realidade triste mas é uma realidade.
2º)
Este segundo episódio é uma antítese do primeiro, essa mesma denominação
, apenas sendo outro ministério em maio de 2014, comprou do governo do
estado de São Paulo, um helicóptero Sikorsky modelo S76, pela bagatela de $
850.000 , quase dois milhões de reais, sendo que os custos para a denominação
serão altíssimos, com transferência, seguros ,aluguel de hangar, mecânicos ,
peças para manutenção, piloto exclusivo e vai por aí a fora. Agora quem é que
vai pagar estes custos? É lógico o povo
que é membro desta denominação, é assim que isto funciona, mas na área
social, não tem míseros reais para enterrar um membro que morre e que não
tem recursos neste mundo, mas tem dinheiro para comprar tais coisas e
fazer construções gigantescas, este episódio foi noticiado
pela mídia secular não é segredo para ninguém, só o povo simples que
contribui, não sabe disto. Então é muito apropriado lembrar as palavras do
profeta Ezequiel: “Assim diz o Senhor Deus: Ai dos
pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores
apascentar as ovelhas?” (Ez. 34: 2 parte b).
Estes são apenas dois episódios em um universo muito mais amplo, pois eu conheço fatos muito mais estarrecedores nesse ambiente, fatos esses com nome endereço e tudo o mais, porém, não é do meu interêsse revelá-los, pois o Senhor tem ciência dos mesmos, e no tempo determinado todos os envolvidos serão chamados a prestação de contas, diante Daquele Justo Ser, cujos olhos são como chamas de fogo, e de cuja boca sai uma espada afiada de dois gumes.
Estes são apenas dois episódios em um universo muito mais amplo, pois eu conheço fatos muito mais estarrecedores nesse ambiente, fatos esses com nome endereço e tudo o mais, porém, não é do meu interêsse revelá-los, pois o Senhor tem ciência dos mesmos, e no tempo determinado todos os envolvidos serão chamados a prestação de contas, diante Daquele Justo Ser, cujos olhos são como chamas de fogo, e de cuja boca sai uma espada afiada de dois gumes.
3º) A Obra Missionária
A
fonte natural de recursos para a obra missionária deve ser: Os dízimos e as
ofertas alçadas cotidianamente pelas igrejas, e não as ofertas especiais em
cultos específicos ou carnezinhos como se é o costume atualmente. Com
isso eu não estou querendo dizer que sou contra os carnezinhos como
muitos poderão supor apressadamente; pois eu acho que se
a igreja administra estes recursos criteriosamente e pelo tamanho da obra é
preciso haver mais engajamento; isto é muito justo, agora eu acho que não é
este o caso. Igrejas que são sedes regionais e até estaduais, se chega um
missionário de improviso a igreja não tem recursos para lhe dar uma oferta,
ficando na dependência de se tirar uma oferta na igreja para isto, quando a
mesma deveria ter um caixa preparado para isso, o que é isto senão uma
administração errada e desleixada, sem uma mínima visão de administração
eclesiástica. Então irmãos pastores, se vocês querem ensinar a doutrina do
dízimo conforme Malaquias “3”, com
honestidade, ainda que exegeticamente incorretos, façam o ensinamento completo.
Se
este ensino que é feito hoje nas igrejas levasse a sério o Velho Testamento,
então as igrejas aplicariam estes recursos nessa direção. Mas o que é que nós
vemos: Todos esses recursos levantados são encaminhados para a sede dessas
denominações, e a igreja em si, não tem controle dos mesmos, pois são usados de acordo com a vontade do
líder maior, naquilo que ele acha ser o melhor, por exemplo: comprar
helicópteros, aviões, carrões e construções luxuosas; e não o que é
melhor para a IGREJA, por exemplo: assistência
social e obra missionária. Então com essa forma
arbitrária de se exigir o dízimo e também de administrá-lo é que está a raiz de
todas essas distorções. Baseado em todas essas considerações nós podemos
concluir que: Não existe nenhum mandamento sobre o dízimo em o Novo
Testamento e que o ensinamento de Malaquias “3”
não se aplica à igreja, mas a nação de Israel.
Então qual seria o ensinamento correto
sobre dízimos e ofertas em a nova aliança?
É aqui que nós devemos ter equilíbrio e deixar
os extremismos de lado, e com humildade seguirmos o que Deus disse a
Josué: “Tão somente esforça-te e tem mui
bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme toda a lei que meu servo
Moisés te ordenou; dela não te desvies nem para a direita nem para a esquerda,
para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.” ( Josué 1: 7), prestemos
bem atenção: “DELA NÃO TE DESVIES NEM PARA A DIREITA NEM PARA A ESQUERDA.”,
precisamos seguir sempre o caminho do meio. Embora eu reconheça que não há um
mandamento específico para o dízimo em o Novo Testamento, eu sei que existem
circunstâncias históricas no livro de Atos e também na história da igreja que
me dão alguns princípios concretos. Não há evidências bíblicas e históricas de
que a igreja gentílica dizimava de forma obrigatória. A igreja gentílica
neotestamentária, nasceu fora desse sistema, por isso, quando Paulo fala sobre
ofertas na igreja, ele fala em termos de doações voluntárias. No início da igreja a informalidade e a
simplicidade das estruturas não exigiam muitos recursos para a sua manutenção,
não havia templos nem ministério de tempo integral, muitos pastores eram artesãos
como o apóstolo Paulo, e a maior carência estava na área social e beneficente;
daí a grande ênfase nas ofertas, principalmente em situações de particular
necessidade: “E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse,
socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. O que eles com efeito fizeram,
enviando-o aos anciãos por mão de
Barnabé e de Saulo.” (Atos 11: 29-30). No entanto o princípio de
que a contribuição devia ser marcada pelo desprendimento, liberalidade,
proporcionalidade, constância e alegria se manteve como se pode ver no “ DIDAQUE” , um manual eclesiástico do 2º
século: “Tome uma parte do seu dinheiro,
da sua roupa e de todas as suas posses, segundo lhe parecer oportuno, e os dê
conforme o preceito” (13.7). No final do mesmo século, Irineu de Lion se
referiu aos cristãos, como aqueles que:
“separam todas as suas posses para os propósitos do Senhor, entregando
de modo alegre e espontâneo as porções não menos valiosas de sua
propriedade.” (“Contra as
Heresias” IV. 18).
Com
o passar do tempo e a crescente institucionalização da igreja, houve necessidade
de uma forma padronizada de contribuição. Com isso, recorreu-se ao precedente bíblico, já conhecido e
testado: O DÍZIMO. Durante a história
da igreja que vai do século II ao V, os antigos pais da igreja: Irineu de Lion,
Orígenes, Justino Mártir, Tertuliano, Cipriano, João Crisóstomo e outros
cristãos dos séculos II ao V, cujos registros compõe a história da igreja,
nos falam somente de contribuições voluntárias na comunhão dos santos. Somente
no século VI, durante o Sínodo de Macon (582 dC), é que o dízimo começou a ser ensinado
como obrigatório e um milênio depois, no Concílio de Trento, que ele ganhou
força de lei, cujo não cumprimento seria punido com pena de excomunhão.
Prática esta, que é antibíblica herdada do período negro da idade média, e
passando pela reforma, se cristalizou entre nós.
Agora,
a verdade é que nenhum pastor ou líder espiritual, tem o direito de fiscalizar
as ofertas ou os dízimos dos membros de qualquer igreja, e usar essas
informações como parâmetro para se medir a espiritualidade de ninguém, tal ato
se constitui em uma arbitrariedade que contraria o ensinamento bíblico que nos
diz , que todo ato de caridade deve ser anônimo, algo pessoal entre aquele que
oferta e o próprio Deus. “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante
dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de
vosso Pai que está nos céus. Quando, pois deres esmola, não faças tocar
trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para
serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu
galardão. Mas quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua
esquerda. Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará publicamente.”
(Mateus 6: 1-4).
Pesquisando
a Bíblia a procura de fundamentos doutrinários para os dízimos e ofertas, nós
encontramos uma orientação geral, que está escrita em II
Coríntios 9: 6-12: “ E digo isto: Que o
que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em
abundância ceifará. Cada um contribua segundo o que propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque
Deus ama o que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda
a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda suficiência, abundeis em toda boa obra.” Nesses versos nós podemos entender os
seguintes princípios:
1º)
Deve ser com proporcionalidade
2º) Deve
ser com propósito e constância
3º)
Não deve ser com tristeza ou por constrangimento, mas com alegria
Então
nós temos que nos ater em princípios:
No
caso do dízimo nós temos o início do mesmo que não estava sob a Lei, mas que
vivia em uma dispensação semelhante a nossa. Vemos também que durante a Lei o
dízimo era um princípio jurídico, ou seja, “obedece e é abençoado ou desobedece
e é amaldiçoado”, não era uma questão de querer ou não, era uma obrigação
legal. Agora no Novo Testamento, o princípio é: VOLUNTARIEDADE, GENEROSIDADE,
CONSTÂNCIA E PROPORCIONALIDADE, e nesse sentido o dízimo não é um número
matemático ( 10% ), mas um princípio de, proporcionalidade + generosidade +
alegria, ou seja: Suponhamos que um
membro da igreja receba um salário de R$ 553,00, então conforme a antiga
aliança, o seu dízimo seria: R$ 55,30, mas como ele é aposentado, paga aluguel
e ainda tem de comprar remédios, ele não pode dar com alegria esse montante,
mas poderia dar com alegria R$ 30,00, o que seria na prática: 5,4%, então pelo
princípios da: Generosidade + proporcionalidade + alegria, este seria o seu
dízimo, ainda que, matematicamente isto seja meio dízimo.
Agora
olhando por outro prisma, outro membro dessa mesma igreja que seja um
empresário, e que no fim do mês ele tenha ganhado R$ 50.000,00; então conforme
a antiga aliança, o seu dízimo seria: R$ 5000,00; porém ele usa desse dinheiro para viver
com conforto: R$ 15000,00; então tirando o dízimo + a sua despesa, vai-lhe
sobrar R$ 30000,00; então ele conscientizado pelo verdadeiro ensino
sobre o dízimo, ele sente que deve dar de dízimo: R$ 20000,00; este montante
segundo a antiga aliança seria o quadrízimo, porém pelo princípio
neotestamentário da: Generosidade + proporcionalidade + alegria, isto é o seu dízimo.
Agora
se isto for ensinado nas igrejas, liberaria a consciência dos irmãos mais
fracos, para contribuir com alegria dentro das suas realidades financeiras, sem
ser um fardo pesado para os mesmos. E por outro lado faria com que os irmãos
mais fortes financeiramente fossem mais generosos, pelo princípio da
proporcionalidade. Uma igreja ensinada
conforme estes princípios corretos, pode ter uma arrecadação menor, porém isto
levaria os pastores a aprenderem a administrar os recursos da igreja com mais
critério e responsabilidade, mas eventualmente o povo esclarecido
corretamente, seria mais generoso e liberal aumentando em muito a arrecadação
das igrejas. É só pagar para ver. Como
podemos ver nesse estudo, eu sou
completamente a favor do dízimo e das ofertas, o meu questionamento se dá, na
área do ensinamento do mesmo, que deve ser feito com uma verdadeira exegese
bíblica e não como é feito atualmente; e por outro lado é necessário haver mais
responsabilidade e priorização na área missionária e social, e menos gastos com
superfluidades, como se vê hoje no universo evangélico pentecostal.
Implicações
Dessa Doutrina na Vida dos Seus Praticantes
O
dízimo e as ofertas terão duas implicações na vida dos seus praticantes; a
primeira está implícita em Deuteronômio 14: 23 (parte b): “Para que aprendas a
temer ao Senhor teu Deus todos os dias” A prática do dízimo e das ofertas é uma
forma de aprendizado que nos condiciona ao temor de Deus e a gratidão ao Mesmo.
E a outra implicação está em I Crônicas 29: 16: “Senhor, nosso Deus, toda essa
abundância, que preparamos para te edificar uma casa ao teu santo Nome, vem de
Tua mão e é toda Tua.” Esta é uma revelação de como devemos reconhecer a
provisão divina da qual nós somos objetos, então quando ofertamos , nós
demonstramos o nosso reconhecimento dessa realidade espiritual, e essa atitude
de obediência a essa revelação nos preserva da soberba e do endurecimento
espiritual, nos torna mais sensíveis e inclinados a uma gratidão amorosa ao
nosso Deus.
Então
concluindo este estudo, sobre um assunto tão comentado e tão pouco compreendido
e também tão mal ensinado, como se vê nos dias atuais, eu tenho a sensação do “dever
cumprido”, pois tenho a plena convicção,
de que muitas almas confusas e atormentadas por dúvidas, nessa doutrina, serão
ajudadas e iluminadas, Soli Deo Gloria.
Com
amor em Cristo, Veredarius
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